quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma canção na manhã de inverno part V

Para que palavras?

"O frio penetrante, entrou pela janela entre-aberta e tocou-me o corpo, arrepiando-me. Eu pude sentir toda a fragilidade de meu corpo... E então você apertou-me o frágil e gélido corpo, como se quisesse dizer-me sem palavras, que cuidaria de mim...
Talvez fossem apenas delírios meu, mas delirar era o melhor a se fazer.
A tarde rapidamente fez-se noite.
E  teu corpo ainda estava sobre o meu.. teus lábios ainda me beijavam e teu coração ainda batia forte e alto, como se batessem para mim.
Isso eu sei que é tolice, aquilo apenas mostrava-me que você estava vivo. Mas na força de meus pensamentos, a tensão de teus braços fortes, segurando-me, comandando-me, a sua respiração ofegante, teu coração acelerado, provavam-me que tudo aquilo, era pra mim...

A noite de inverno em Tokyo congelava...comparado às manhãs e tardes. Mas eu não pude sentir frio, pois você me aquecia. E conforme os corpos enfraqueciam, a velocidade do beijo ia diminuindo e teu braço forte ia dando força as mãos, que iam acariciando-me com carinho.

Teu corpo ia caindo calmamente ao meu lado, ja quase adormecido. E eu estava amando tudo aquilo.
O tempo passa rápido e logo, você caiu adormecido, ao meu lado, com as mãos sobre meu peito. Teu coração ainda batia forte e alto. Teu rosto estava  enrubrecido, com um semblante calmo. Teus lábios estavam entre-abertos, como se pedissem os meus. Mas naquele momento, eu apenas queria te ver dormir.

Estava tarde, estava  frio, estava apaixonante. E eu pude adormcer ao seu lado, sentindo teu corpo encostar-se ao meu...teus dedos entrelassados aos meus e teu longo cabelo loiro, roçando-me na face. Eu não pude sonhar aquela noite, acho que talvez por ja ter realizado, todos os meus sonhos, naquela tarde, naquela noite.

Eu que jamais houvesse imaginado que poderia receber amor de ti. E com o tempo, eu pude despertar, sentindo o teu perfume apaixonante e doce, entrando-me pelas narinas. Ainda de olhos fechados, eu pude sentir você ao meu lado, quando estendi minhas mãos, segurando-te a cintura.

Voce ainda estava ali comigo. Eu não queria abrir meus olhos, como se achasse que o abrir dos mesmos, te tirariam de mim. Então permaneci como estava. E pude sentir a ponta de teus dedos, acariciando bem de leve o meu rosto... e teus lábios quentes, depositando uns beijos carentes e molhados em meu queixo.

E eu ainda não queria abrir os olhos..."

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