sábado, 16 de julho de 2011

O vento frio entre os mausoléus

E ela andava, por entre os mausoléus de cor escura
Como se não tivesse nada mais importante a ser feito
que não fosse apenas andar, sem rumo
e sentir o vento frio, batendo-lhe na face de semblante sério.

E ela cantava baixo, quase sussurrante, músicas fortes e doces
Como se aquilo fosse o mais importante a ser feito
ela cantanva, emocionada sentia seu coração forte, batendo contra o peito.
e sua mão fria, era tocada, por uma, que estava na mesma temperatura.

Aquela garota, sentia o vento, dançando em seus cabelos
e sorria docemente, sorria sutilmente e insanamente
quando aquelas mãos frias, apertavam fortemente as delas
e os pássaros, cantavam quase como gritos.

Ela observava os nomes, atentamente, em cada ossário, em cada túmulo
ela estava cada vez mais séria, cada vez mais fria...
Aquela mão segurava-lhe então a cintura
E jogando-a contra os ossários, capturou-lhe os lábios

A garota deixou, mesmo sabendo o quanto errado
estava agindo... ela queria apenas sentir o desejo
emanando dos corpos... vorazmente
E enquanto os lábios lhe percorriam o pescoço, as mãos deitavam-lhe o corpo.

E foi ali, naquela grama, perto dos túmulos, entre os ossários
que ela deixou-se sentir algo que era mais forte que ela mesma.
deixou-se mostrar que poderia fazer o que queria as vezes
mesmo sentindo o quanto aquilo era errado, ela continuou...

E o vento vinha, cada vez mais forte naqueles corpos
E os corpos, se uniam cada vez com mais força, com mais vontade
Seus toques provaram suas vontades
E ela repitia constantemente: Sejamos Puros, sejamos puros...

E aquelas mãos tampavam-lhe os lábios
buscavam refúgio em cada pedaço daquele corpo
E naquela tarde, os corpos equilibraram a pureza
apenas se sentiram.. apenas se conheceram..


E ao fim, quando o dia, se fazia quase noite
quando o vento estava quase congelando os corpos
quando os corpos estavam quase despidos
quando  a garrafa de vinho seco estava quase vazia..

Os dois fumaram um último cigarro
olhando para aquela lua, que brilhava bem no topo de suas cabeças..
E sorriam, em silêncio, apenas relambrando, cada momento..
E ambos disseram juntos: Foi um prazer, eu te verei de novo?

Ambos sorriram
Ambos levaram os corpos para frente
Deram seus últimos beijos..
E cada um seguiu seu caminho...

Novamante a garota, saiu andando por entre os mausoléus..
dessa vez sosinha, seu rosto parecia ainda mais sério
e o vento que dançava em seus cabelos
cantava sussurrante em seu ouvido..

E ela delirava.. questionando, o por que
daqueles olhos, tão verdes.. tão lindos..
terem a hipnotizado tanto..
terem a dominado tanto...

E ela sorria lendo os nomes de cada ossário...

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