domingo, 8 de janeiro de 2012

Apenas mais palavras soltas.

Queria eu ter sob a visão de meus olhos alguma raridade duradoura.
Entenda-me... não me refiro ao tempo de duração da criatura rara.... até porque as raridades normalmente não se deixam ser influenciadas. Eu refiro-me ao tempo de estadia dessa raridade em minha vida.
Não é um papo sobre saudade, Ou não somente sobre isso.

Como sempre ando vivendo com certa aflição, com certa agonia, as raridades estão fazendo falta nesses momentos, ou talvez elas sejam a causa dessas sensações tão agonizantes.
Aqui posso colocar o clichê de que você só sente falta de algo quando perde. Eu odeio clichês, mas esse faz total sentido nessa situação.

Não é bem um vazio, sabe.... é simplesmente meu pensamento me castigando por eu ter mais uma vez feito más escolhas. E eu normalmente sou egoísta comigo mesma, até quando é pra assumir um erro que foi inconsciente.
Novamente presa em um caminho que eu deixei pra trás.  Como tenho dito, eu quero que se foda a reciprocidade, mas nem por isso mentirei, fingindo não pensar, ou não carregar lembranças...

Continuo vigiando sua vida. Isso tornou-se uma mania, um vício sabe. Talvez porque tuas palavras me viciaram. O jeito único, o jeito assumidamente patético, o jeito introvertido e frio... tendo controvérsia com sorrisos, expressões e palavras quentes, não me deixaram excluir totalmente o contato. Mesmo considerando os fatos de uma briga, de uma discussão, de um fim... colocado em tudo.

Sempre fui uma pessoa teimosa. (disso todos sabem) Mas minha teimosia é o que mais fode com a minha vida.
Porra, eu teimo comigo mesma, quando é extremamente necessário a tomada de uma decisão...
Nunca enxergo nada de belo em mim, em nada do que escrevo, em nada do que digo ou penso.  E costumo xingar-me durante todo o tempo, em pensamento.

"Quero mais é que se foda o que ficou para trás"..
Queria eu pensar desta maneira. Seria tolice, seria mentira, seria egoísmo, abster-me de pensamentos tão marcantes.
Não quero trazê-los ou refazer momentos como aqueles, quero somente tirar um pouco dos meus pensamentos e deixa-los por aqui.

Não me importo com as consequências dessas palavras. Aliás Tenho me importado cada vez menos com as coisas e com as pessoas...
Mas não posso negar que cada fuga da minha vida para entrar na tua, me faz sentir  a sensação mais amarga e contraditoriamente a sensação de " trabalho bem feito" por ver que as coisas vão bem.

Posso ter sido vista como ingrata, como frígida ou até como enganadora.  Mas se tem algo de que eu não duvido, são os sentimentos lapidando cada parte e pedaço meu.
Perdi pedaços importantes, sabe...  mas não quero tê-los novamente.

Isso não chega nem perto de um pedido, de uma indireta ou de algo do tipo. Se tem algo que eu devo assumir que não tenho coragem para fazer, é pedir uma nova entrada na vida de uma pessoa que me mandou sumir. Por mais necessário que seja.

Mas existem laços, existem correntes que mantém de certa forma uma 'ligação". E "a priori" isso tem me incomodado e como minha vida é marcada sempre de inconstâncias, isso me faz sentir bem em alguns momentos.
Não dura muito tempo, mas é bom....

O lado bom das raridades, é que elas tem o poder de   engrandecer e alimentar de uma forma incrível seus dias. e da mesma forma, de acabar com eles.
Acho que muita estranheza  junta, acaba causando essas sensações estranhas. Perto dos 'normais', pessoas 'anormais' (devo dizer, que uso esse termo, porque é perceptível que eu não sou normal, e sendo assim, as pessoas que não compartilham de um mesmo jeito de levar os dias, ou de pensar, devem sim, ser consideradas normais.--na sociedade--) precisam disfarçar, precisam vestir suas máscaras. E se tem uma coisa que pessoas anormais fazem bem é usar de suas máscaras.

Pergunto-me se esse ser anormal usou de máscaras comigo, ou se talvez tenha sido a insanidade dos atos, a loucura e sinceridade em cada palavra ou a falta de preocupação em cada gesto que tenha feito tudo ser tão diferente, tudo ter se atraído de forma tão natural e ao mesmo tempo de forma tão assustadora.

Não me encare mal.  Eu apenas não consigo e não quero esquecer. Por mais que não seja agradável na maioria das vezes, gosto de ter comigo os pensamentos de uma loucura trazida pela mais estranha raridade.

Foi patético. Mas faz falta.
Sei que é estranho....mas é assim..
Raridades tem o poder de te marcar, te cortar.
Raridades tem o poder de ir embora ou de te mandar ir...  sempre somem de algum jeito.
Raridades tem um poder incrível de ficar sempre na tua lembrança...

Raridades são fodas (em todos os aspectos existentes)
E se quer saber, por mais que eu tente fugir. Acho que elas tem uma fixação por mim.

Diferente de tudo o que tem aqui. Sem formalidade...(como tudo que eu escrevo), são apenas meus sentimentos mais atuais. (e como esta cada vez mais escasso. sentir algo, não deixarei que um sentimento tão presente, passe batido, ou tente ser esquecido.)
Minha mente sempre teima comigo. Mas eu teimo ainda mais e reluto.

Por mais que seja ruim, eu prefiro sentir do que me deixar ficar ainda mais anestesiada de tudo....

Sentir falta de algo me faz sentir mais viva. Me traz os sentimentos mais confusos e contraditórios, mas me faz bem.

Não quero nada de volta. Mas devo confessar que a raridade mais patética foi de todas, sem dúvidas... a mais marcante.

Nada mais a declarar sobre isso.



Yuki Inoue
~~ Agradecendo, por enfim, conseguir escrever sobre isso... (devo confessar que tenho textos sobre momentos relacionados a essa raridade citada, mas não irei posta-los. Por mais idiota que eu seja, prefiro mesmo, evitar mais desentendimentos.)


Isso pelo menos preenche os meus pensamentos, os meus dias.
Já não tenho feito nada de interessante. Aliás, fazem dias que não tenho um riso espontâneo. (não quero perguntas ou atenção alguma sobre esse assunto.
As perguntas e preocupações lançadas sobre mim, tem me incomodado cada vez mais. As pessoas (todas) tem me irritado de um modo extremo.E provavelmente eu mandarei sumir também, quem me entupir de perguntas ou de atenções que pra mim são desnecessárias.
Não preciso e não quero ter atenção ou afeto de alguém.  E isso inclui tentar viver a minha vida, ou tentar entrar nela.

Não ficarei pensando em como melhorar isso. Quem me conhece sabe que eu nunca tenho pretensão de mudar nada.
Bom... eu comprei livros... tenho como ocupar o meu tempo.

Terminarei esse fim de tarde ouvindo as músicas que mais gosto e bom... é isso.~~

Aqui vai uma:
http://www.youtube.com/watch?v=qHYOXyy1ToI&feature=related

~Em uma tarde da semana mais estranha que eu já tive.~

sábado, 10 de dezembro de 2011

TPL


Carregando sensações que não conhece, vive disfarçando e fingindo conhecer....
vive maltratando e fingindo afeição...
vive colecionando sonhos  e fingindo crer em cada um deles....
e vive mentindo, fingindo acreditar que crê nas mentiras que conta.

Alma apodrecida em caminhos mal andados....
cortes afiados rasgando a pele, raiva, ódio, substâncias toxicas, medo, mentira, julgamentos, egoísmo, maldade, loucura, intensidade, vazio..
o calor e o frio...

Antes juntos, agora separados...
deixando apenas um corpo transparecer....

Um corpo que possui um coração que bate....
ora lento, ora rapidamente....
carregando também a inconstância para completar seus dias...

O coração agora batia tão devagar que parecia também mentir...
sentia-se morto, sentia-se sujo, sentia-se estranho, por parecer que já não podia sentir nada...

Estava a dias, sem perceber quando os sentimentos chegavam...
passava dias sem comer, sem se banhar, sem sair de cama....
E quando levantou, apenas ficou sentando, andando de um canto a outro, marcando sempre os mesmos passos.
quinze passos, entre os azulejos preto e branco.

O tédio marcava seus dias.... nada que fizesse parecia confortar e alegrar seu corpo....
Irritação, ódio, agressividade...

Carregava o amor que não dura  mais do que horas...

Seus sentimentos navegavam... 
iam e se desejassem apareciam novamente....
e sem dizer adeus, ou avisar algo, sumiam novamente..

E mais uma vez restava apenas um corpo...
queria cortar-se, mutilar-se queria ver que existia mais uma mentira...
queria provar que podia sim, sentir algo...
queria que esse algo fosse a dor...

Já não sabia mais como agir...
lembrava-se de quantas pessoas foi capaz de fazer sorrir, de fazer ama-lo...
e das vezes que fodeu com o coração das mesmas..

não agia assim por que queria...
mas quando a reciprocidade o abençoava e aparecia, ele decidia agir do modo que achava correto...
cortando laços, sumindo sem deixar rastros...
entregando à aquelas pessoas alguma chance de elas serem felizes um dia....

Sabe que não existe alguem que poderá ser feliz ao seu lado..
sabe que não se deixará ser feliz...
quer dormir...
 mas não quer acordar..

quer que seus momentos durem.....
depois quer  que acabe logo....

Pessoas infelizes, psicopatas, sociopatas, anti-sociais...
pessoas que não rezam ao acordar.... não agradecem pelos seus dias...
pessoas que não agradecem aos fim de seus dias....
pessoas que ao fim de um dia agradavel, somente pedem para p dia seguinte, terem o mesmo humor, terem as mesmas sensacações...
raramente acontecem... mas são pessoas que el alguns momentos carregam um pouco de esperança....


Borderlines....
pessoas que vivem cada dia, sem planejamentos...
pessoas que vivem cada dia sem tentar beber, se drogar, se mutilar, amar....
pessoas que inventam personagens para a própria vida...
a passam a vida inteira, tentando destruí-los...

Mesmo sabendo que um deles... é verdadeiro....
quer matar todos....
não deixar restar nada....




domingo, 4 de dezembro de 2011

Vigésimo sétimo encontro


A sabedoria aparecia lúcida por entre a mente cheia de idéias vazias.
A monotonia fazia com que os dias parecessem se arrastar por entre os caminhos percorridos, fazia com que tudo fosse insípido, com que tudo fosse ignorado... desde as boas sensações à aquelas agonizantes, perturbadoras, gélidas e cortantes..

As vezes sabia disfarçar.... em outros momentos simplesmente chorava, gritava, quebrava os objetos que pareciam voar e grudar por entre seus dedos.. como se pedissem por um fim.

" - Deveria eu agir da mesma maneira. Adiar cada um dos momentos, excluir cada um dos instantes, adormecer de cada um dos dias, me afastar de cada uma das dores, abster-me de cada um dos sorrisos.... esquecer, dormir, morrer...

Tentava lembrar-se do azul do céu. Não lembrava-se de como eram os dias ensolorados e de imediato, pos-se a encarar a palidez da própria pele.
Sorria amargamente e sentia o sabor do sangue em seus lábios....

Rasgava pedaços da própria pele e sorria ainda mais, de modo cada vez mais insano...
Enlouquecia à medida que sua dor crescia....
Repetia nomes e nem ao menos se lembrava quais eram de pessoas que haviam passado por sua vida e quais eram de personagens que havia criado para tentar faze-la parecer mais interessante. Ou menos interessante.

Mencionava questões, dúvidas, pensamentos da mais porfunda insanidade, enquanto a dor parecia que estava cortando seu corpo ao meio.

Permecia sorrindo enquanto suas mãos movimentavam-se com rapidez. Encaixava a navalha entre o dedo anelar e o dedo médio,  passava-a na pele com força com raiva, com dor e sem medo.

O sangue escorria quente por sua  pele, que era da frieza mais intensa que  era possível para um ser em que o coração ainda podia bater.

Montava em sua mente os mapas do país inexistente que sua mente foi capaz de um dia criar. Pensava fortemente em seu nome, em seu cheiro, em sua ausencia de cor.
Gostava daquele lugar e estava forçando sua mente para manter-se imaginando-se lá.

" - Estranho. - Pensava enquanto diminuia a movimentação sequencial de sua mão esquerda em sua pele, rasgada em direções opostas.
Fitou o chão e com os pés riscou-o sem nem ao menos perceber oq fazia.

Sorria, sem abrir os olhos.
Pensava no quanto era criativo, em quantos enganou, pra quantos fingiu, pra quantas pessoas montou uma vida completamente adversa.
Aquele sorriso apagou-se do rosto.  Voltava a mensurar aquelas teorias bizarras que criava e organizava desde seus oito anos de idade.

Foi até a janela. Estendeu as mãos até seu maço de cigarro. Girou a caixinha de metal em mãos, olhando algumas palavas que estavam escritas ali. Não sabia o que estava escrito e nem o porque havia comprado aquilo.
Segurou um dos cigarros entre seus dedos. Acendeu-o entre os lábios e de uma primeira tragada sentindo intensemente a fumaça percorrer o caminho por dentro de seu corpo.

Novamente sorria.
Passou a lembrar de seus sete anos de idade. No primeiro gato que ganhou.
Seus olhos brilhavam encarando aquele gatinho negro. Havia tempos que pedia por ele.
Olhou para a sua mãe, abraçou-a e agradeceu pelo presente.
Virou de costas para ela e sentiu como se eu peito fosse invadido por uma sensação imensa de força. apertou o pequeno gatinho por entre seus dedos.. e levando os braços para trás em uma questão de poucos segundo, jogou o  animal na parede.

O sangue pastoso escorria por entre o cimento mal- alisado. O corpo  ainda com vida, retorcia-se deixando um som que parecia de pulmão corrompido voar pelo ar.
Sua mãe gritava enlouquecida, tampava os olhos.

O pequeno gatinho contorcia-se, dobrava-se e esticava-se, chorava, tremia e por fim, esticava-se e endurecia sem vida.

A mãe do também pequeno garoto, ia em sua direção, chorando lhe perguntava o porque daquilo.
Sorrindo o garoto respondia:
"- Eu queria fazer isso. Por isso pedi o gato."
Saia andando em direção a porta.

Saiu de seus devaneios e lembranças.
Ceu cigarro havia acabado. Novamente esticou o braço e percebeu que a poça de sangue o havia seguido e pelo tamanho da mesma, percebeu também o quanto até as pequenas lembranças podiam prende-lo por longos momentos.

Lembrou-se agora da primeira garota com a qual havia se envolvido.

Como era doce.... e ao mesmo tempo obscura. Trazia o mistério mais profundo e louco que alguem poderia carregar.
Dizia as coisas mais estranhas para uma garota ou para qualquer pessoa dizer...
Era sociopata, era anti-social, tinha milhares de transtornos.... e carregava nada além de 16 anos.
Tinha os olhos do azul mais bonito que ele ja havia visto.

Pausou os pensamentos. Tragou o cigarro e sorriu.  Havia lembrado-se da cor do céu.

Voltou.
Ela tinha o cabelo do mais negro tom. Lembrou-se então da vigésima sétima noite que passaram juntos.
Não haviam se beijado nem uma vez, embora em diversos momentos paravam com os lábios à mínimos centímetros de distância.

Era uma noite chuvosa. E marcaram de se encontrar debaixo da árvore seca no cemitério.
Ao se encontrarem permaneceram com a mesma expressão, sentaram-se um de costas para o outro. Tovacam-se com a ponta dos dedos.

Lembravam-se do dia que haviam se conhecido... de como haviam se odiado por alguns segundos e após mergulharem no fundo do olhar do outro, haviam sentido algo estranho, que ambos definiram como  a descoberta de si mesmos.
Não sorriram. Apenas aproximaram-se e passaram a andar lado a lado.

Riam no vigésimo sétimo encontro. Deitados juntos na cama dela.  trocando crucifixos e tentando decidir quais iriam pendurar em seus pescoços para aquela noite.

Tomaram vinho.  E se encararam novamente para descobrirem um pouco mais sobre eles. E como um movimento que não fizesse parte de seus corpos, uniram os lábios num beijo que parecia até ser meio violento.

Após alguns segundos ela sorriu daquele jeito doce que conseguir expor somente para ele  e disse:
"- Bom... agora sabemos como somos hoje".
Ela inclinou-se e ele rapidamente tratou de capiturar-lhe os lábios e apertar-lhe um dos seios.

Com os lábios grudado aos dela, dessa vez ele sorriu. E como  se tivessem pressa, trataram de arrancar as roupas um do outro e unir também  todas as outras partes de seus corpos...
Ambos extremamente frios....
Sentiram as sensações mais entranhas. E ao fim daquilo, nús se olharam mais uma vez e juntos disseram que se amavam.

Voltou-se mais uma vez de seu devaneio. Abaixou sua calça e passou então a masturbar-se lembrando dos encontros seguintes com aquela garota.
Enlouquecia somente com as lembranças e em certos momentos deixava de movimentar-se por completo.

Parou com aquilo tudo. Fumou novamente um cigarro e ficou sentindo o vento frio pelo seu rosto.

Lembrou-se da noite  anterior... das brigas, das discussões e de como a pele dela pode ser mais fria... de como ela sem vida ainda carregava a beleza mais forte que ele ja havia visto. De como o sangue dela escorrendo pelo seu corpo era nostálgico...
E de como matar aquela pessoa, que foi a única à qual pode amar, fez com que ele se sentisse mais forte e ao mesmo tempo mais fraco.

Foram exatos 27 dias após dez anos juntos. Ele olhou para ela rodopiando com seu longo vestido negro. Lembrou-se do seu pequeno gato negro...
E chegou bem perto dela, encostou seu lábios frios sem seu ouvidos:
" - Está linda. Hoje ainda mais do que ontem.
Passou suas mãos por cima do seu vestido, na região dos seios daquela mulher.

Ela o encarou de um jeito estranho.
"- Sabe o que te deixaria ainda mais bela?

Ficou um silêncio no ar por alguns segundos. Ela engasgou e respondeu negativamente.

Ele passou seus braços por entre a cintura dela, segurou-a, apertou-a e levou seus lábios até os ouvidos da moça:
-" Estar ainda mais fria.

Ela conhecia aquele homem. Compartilhavam da mesma loucura mas do que qualquer outra coisa. Ela estendeu suas mãos e entregou à ele a navalha afiada a poucos minutos e ergueu o pescoço.

Ele sorriu e sentiu um amor imenso por ela.
Sabia que não eram pessoas normais.... Nem havia como essa possibilidde ser real.
Então ele forçou-a e enterrou-a no pescoço da moça, ouvindi dela um engasgo ainda mais profundo e suas unhas apertarem seu braço... seu corpo debater-se... e após alguns segundos em que ele deixava-se sentar com ela no colo ninando-a ao som da canção favorita deles, sentiu-a amolencendo em seus braços e deixou-a no canto da parede.

Ria com a semelhança entre ela e seu gato.

Mais uma vez voltou de seu devaneio. pegou novamente a navalha.
Revirou-se em pensamentos obscuros e atormentadores.... Não sentia mais as coisas como antes..
Ajoelhou-se, xingou Deus por alguns segundos e xingou-se por sua visível hipocrisia nos segundos passados.

Esticou o braço e puxou aquele corpo, já meio azulado e ainda extremamente belo ao seu ver.
Deitou-se ao lado dela, e encaixou sua navalha por entre os dedos, frios, rígidos.
Seu rosto calmo, pareceu sorrir, ao segurar a navalha.
Ele soltou-a  nas mãos dela e fechou seu olhos...

Segurando os braços dela, colocou a navalha também em seu pescoço e procurou repetir com ele da mesma maneira que havia feito.
Cortou-a. Não debateu-se com ela, apenas caiu ao seu lado e nos últimos dos seus pensamentos clichês, pos-se  a encarara aqueles olhos azuis... agora como a noite.

Sentia a loucura corroer seu corpo e a  morte abraça-lo.
Não tinha mais força, não tinha mais vontade alguma... os olhos dela fecharam-se, delicadamente e os dele permaneceram abertos até o último movimento de seu coração.

Era o fim.... era o começo...
era o sabor que a maioria tem medo de experimentar...
era o fim de Paul, bem ao lado Marry.

Era o sonho, era a nostalgia, era a última realização...
era talvez a única verdade dos dois...

O fim pode parecer cuel as vezes....  Pode também parecer a única saída para medos, angústias e o vazio das vidas...
O fim não é nada além do término de tudo... O fim é o mais vazio de todas as coisas, é o abandono, é o adeus, é a amargura... é a doçura...

O fim para ambos, seria apenas o motivo de terem nascido...
O fim para eles foi apenas a sensação de prazer mais intenso que ja puderam sentir
.... depois do vigésimo sétimo encontro...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nada além disso.


Palavras mergulhadas na mais profunda escuridão.
Palavras expulsas das mais podres bocas.
Palavras trajadas de medo, de morte, de sangue.
Palavras tortas, palavras sujas, palavras mortas...
... e nada além disso.

O medo sempre corrói os corpos que não se despem da própria fragilidade.
Toma posse, entrepassa-se por entre os dedos e segura-te a mão. Tomando-te depois por inteiro.

Agonia marcada e impregnada em cada célula de um corpo que já não parece mais ter vida.
Não anda mais, arrasta-se.
Não pensa mais, isolou-se da própria capacidade de estabelecer idéias e doxas.
Não sente mais nada, afastou-se das sensações, dos sentimentos, até mesmo dos medos. tentava ao menos acreditar nisso.

Sentou-se ao chão... no canto.
Acendeu seu cigarro e deixou-se abandonar à si mesmo. Como a criança que despede-se de um barquinho sobre a água.

Tristeza..... foi sem dúvidas o último sentimento que pode sentir. Pois deixou também que o medo de si próprio o dominasse. Tinha medo de ter, medo de ser, medo de ir...

Então parou.... estacionou seus sonhos de um passado em que tudo parecia ser normal.
Esqueceu-se... ou ao menos fingiu ter esquecido...
Alias, fingia sempre.... mentia sempre, acreditava em cada uma das mentiras que contava e sorria corrompido por uma sensação demasiadamente amarga.

As lágrimas formavam-se nos olhos. Mas ele não as deixava seguir seu caminho. Ele as prendia, como fazia com quase tudo em si.
Mas era o seu fim... ele havia decidido que seria o seu fim.
E por mais que não sentisse nada, sentiu por uma última vez as lágrimas escorrerem por seu rosto, pálido e atônito.

Palavras cantadas para conforta-lo da sensação de vazio...
Palavras trazidas, palavras cortantes, palavras fortes, palavras envenenadas...

Mergulhou mais uma vez na própria loucura. Sorria insanamente...
Enquanto ouvia diversas vozes sussurrando-te o que deveria fazer...
Enquanto perfurava à si próprio, fingindo mais uma vez não sentir dor.
Agonia presente no olhar.... mas escondida do corpo.

Tremia, encolhia-se e contorcia-se...
Dobrava-se, esticava-se e recolhia-se....
Nascia, renascia e morria...

Ali estavam o sangue, as vestes, as lágrimas....
Ali estavam os sentimentos recém apagados...
Ali estavam cada resquício do medo, da mentira, da amargura.

A lua cheia ainda brilhava no topo do céu.
E parecia sorrir para ele.
Enquanto seus olhos fechavam...  ele sorriu de volta para a lua.

Cumpriu sua própria vontade....
Matou aquilo que lhe assustava, que lhe amedrontava, que lhe incomodava..
Mentiu mais uma vez para si mesmo....
Mas foi assim que desejou.

As palavras se foram... e  voaram pra longe.
O sangue escorreu... e secou um pouco mais tarde.
As lágrimas confundiram-se com a chuva que tratava de lavar aqueles restos...
  ali restou apenas um corpo.....
....um corpo vazio....

E nada além disso.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O amor...


Sentimento quente e atordoante, que retira e ao mesmo tempo te enche de outros sentimentos que fazem de você outra pessoa e  enquanto isso, mostram-te quem você é, verdadeiramente...

Sentimento que rouba todos os seus pensamentos e  fazem com que eles pertençam a uma única pessoa, desde o momento em que desperta de manhã, até o que adormece quando de noite.

Sentimento que por muitas vezes destroça os corações e fazem feridas que custam à sarar....

Sentimento que faz com que todo o mundo pareça mais belo, com que todos os seus planos, abracem e carreguem junto a pessoa a qual se ama.

Sentimento que faz gritar, chorar, sonhar, perder-se, achar-se, entrar em milhares de dúvidas e com um simples olhar, solucionar todas.....

Sentimento que custa a morrer.... mas morre.
Sentimento que custa a renascer, mas renasce.
Sentimento que custa a encontrar outro coração para amar, mas acha.
Sentimento que custa a  fazer você encontrar aquele que você quer ter sempre por perto, mas encontra.
Sentimento louco...

Sentimento que fez aquela garota esquecer e deixar para trás amores passados.... a fez esquecer a promessa de desistir de amar, a fez seguir em frente e aceitar sentir tudo isso de novo....

Sentimento que a fez abandonar também a maldita mania de começar tudo pensando no fim... e simplesmente  viver....

E cada sensação que esse amor lhe entrega, a faz enxergar o quanto sua decisão foi a melhor a ser tomada.... E ela tem esse sentimento tão complexo dentro do peito, renascido e crescente....

Amor....

Delicado, porém selvagem....
Puro, porém perverso....
 Doce e ao mesmo tempo  picante..
 .
Sentimento que ela carrega no peito... da forma mais intensa e verdadeira, que já pode ter...

" Ela se lembra dos toques, que as mãos dele delicadamente depositavam em sua pele. Lembra-se de como sentia-se bem ao lado dele, de como sorria de um modo bobo, ao olhar nos olhos dele. Lembra-se do medo que sentiu de perdê-lo, por várias vezes e que sabe que ainda irá sentir.
Não é nada fora do normal. - Pensa ela. Afinal ela só tem medo de perdê-lo, pois o ama. "

O sentimento traz consigo também sensações inconstantes.

"Ela decide esquecer dos medos... e começa a lembrar-se dos beijos, que os lábios macios dele, deixavam apaixonadamente em seus lábios. Desde o primeiro... tímido e até meio desconcertado.... mas que a fez se apaixonar ainda mais por ele. Até aqueles mais fortes, mais intensos... aqueles que lhe tirou o fôlego, lhe deixou com as bochechas rubras, lhe deixou ofegante e fez com que ela desejasse ficar cada vez mais perto, e mais perto.. e mais e mais e mais...."

O sentimento fez com que ela decidisse tornar-se dele, com que ela o escolhesse, para ser o seu primeiro homem..... e com que ela desejasse que fosse também o único.

"Ela trazia à mente as lembranças mais quentes. Podia até sentir de novo a lingua dele deslizando pelo seu pescoço, as mãos dele brincando por seu corpo, o aroma da pele dele.... podia sentir cada uma das sensações.... mas ainda assim queria mais.

Ela podia fechar seus olhos e mergulhar em um delírio, formado de todas as coisas que ela desejava poder ter e fazer com ele.
Podia sentir o sabor do beijo dele, os arrepios que os toques lhe causavam, a respiração ofegante dele em seu ouvido e as mãos ousadas percorrendo cada pedaço do corpo e acariciando, tocando, dedilhando, apertando, arranhando... e ficando cada vez mais leve, conforme aprofundavam-se secretamente.
Podia ouvir a voz dele, chamando o seu nome, os braços envolvendo-a, e os corpos unindo-se calmamente... como se precisassem sentir cada sensação do modo mais lento, apreciar cada caricia e cada movimento, sentir o corpo do outro, unir-se... como uma forma de um amor extremo, que eles sentiam um pelo outro."

E a única certeza que ela teve ao descobrir que o amava, é que a única coisa que ela fará todos os dias por ele, será amá-lo louca, intensa, verdadeira e profundamente. Não é um amor comum, que ela pode comparar com nada que ja tenha sentido.
É um amor que se manifesta em forma de música, em forma de sussurros, de palavras, de toques, de olhares, de desejos, de sonhos.... sem pressa, mas com o desejo de compartilhar tudo logo.
É  um amor que mais do que tê-la feito entregar-se para ele e desejar viver com ele eternamente... cresce a cada dia, é um amor que nada pode abalar, é um amor tão forte que ela lutará para tomar forças dele....


 Não trata-se de promessas. de compartilhar um futuro. Trata-se de um desejo, que ambos carregam e que lutarão para realizar...
Eles tem tempo e não preciam correr..... o mais importante que era encontrar-se, eles já conseguiram...  e ela agradece em todos os seus dias, por isso.

Estarão sempre juntos... pois é esse sentimento que os impulsiona a serem melhores... para eles e um para o outro. Esse sentimento faz com que sigam em frente com seus planos... para mostar o caminho em que irão percorrer juntos formando a linda história que lhes está reservada...

Agora resta-lhe dar à ele todo o seu amor.... de todas as formas possiveis, pois é muito amor para ser somente dito, ou somente expresso em gestos....
Se ela quiser sussurrar... sussurrará....
Se quiser gritar....gritará....

Não importa a forma.... mas o seu amor, chegará à ele sempre....
Pois estão conectados... estão unidos, agora são um só.


 O homem que a apaixonou, encantou, enlouqueceu.....
O homem do olhar mais belo e profundo....
O homem que fez com que ela mudasse planos que pareciam decididos...
O homem que conseguiu fazer com que ela se apaixonasse por ele somente com as palavras que ele escrevia....
O homem que aceitou seus delírios...
O homem que entregou à ela um pouco do seu calor...
O homem que foi tomando os pensamentos dela aos poucos...
O homem que diz ser dela... mas que ela diz sempre querer...
O homem que tem o cheiro que a vicia....
O homem que também é poeta, também é corvo, também é guerreiro, também é lobo.....
 
O homem à qual ela pertence, ama e quer pertencer e amar até o fim da eternidade....


~ Para você~
~Em uma madrugada extremamente quente em que eu busco refugio nas memorias, tão boas~





segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os delírios também são reais...


Ela olhava o relógio e pedia que o tempo acelerasse. Não aguentava mais ficar dentro daquele trem.
As estações passavam tão calmas e seu corpo cansado, ia pendendo para o lado esquerdo e deixava-se adormecer por alguns segundos...
Logo já estava acordada, impaciente... batendo freneticamente o salto de sua bota no chão. Faltavam três estações e ela permanecia olhando fixamente para seu relógio. Fechou seus olhos e pode trazer à mente todas as lembranças que havia formado com aquele homem que ela amava tanto.
E lembrou das sensações que os beijos dele a entregavam, das belas palavras que ele escrevia e dedicava à ela, da voz dele, da intensidade com que ele a abraçava, o modo com que sorria, o modo com que falava, o modo com que franzia as sobrancelhas para expressar o que dizia, o modo com que ele conseguia fazer com que ela se apaixonasse cada diz mais por ele.

Ouviu o som do trem parando devagar na estação em que ela deveria descer e foi saindo do vagão, andando rapidamente, com suas bolsas batendo em seus joelhos. Seus cabelos voavam e batiam em seu rosto e ela corria, mas de modo lento, já que estava com um sapato de salto. Foi subindo as escadas e dando uma arrumada em seus cabelos e esticando o tecido de sua camisa.

Ao longe pode ver aquele homem, olhando para o chão e como se não pudesse mais esperar... correu  até chegar perto o suficiente dele e tocar seus lábios com os dele. Unindo depois o beijo em um abraço extremamente apertado. Ela sentia seu coração batendo cada vez mais rápido e mantinha seu olhar fixo aos dele, enquanto meio sem saber o que fazer soltava as bolsas ao chão e embalava o pescoço dele com suas mãos, deixando novamente que os lábios se tocassem e dessa vez que as línguas dançassem juntas.

O beijo se fazia quente como todos os outros, mas os corpos se grudavam mais do que o normal. Ele segurava a pela cintura e apertava o corpo dela contra o seu. Ela levava o rosto até o pescoço dele e deixava-se ficar ali por um tempo, sentindo aquele aroma dele, que ela tanto gostava.
Depositava uns beijos pela pele macia e quente do pescoço dele e depois mantinha os dedos entrelaçados, afastando-se dele e pegando suas bolsas do chão.

Saíram caminhando pela estação e caminharam algumas quadras, conversando sobre os dias anteriores, sobre a rotina, sobre a saudade, os sentimentos, as coisas ruins.... sobre o que tinham vontade de conversar. Logo estavam entrando no apartamento dela. Retiraram os sapatos e foram entrando na sala. Haviam algumas roupas em cima de um sofá e ela foi tratando logo de recolhe-las, deixando em seu lugar a sua bolsa.

Olhou novamente para aqueles olhos e indo na direção dele, deixou que suas mãos ficassem de cada lado do rosto dele e colou os lábios em um beijo com toda a sua paixão, todo o seu amor....
Sem deixar que aquele beijo chegasse ao fim, foram andando da sala para a cozinha. Ela mordeu delicadamente os lábios dele e colocou as mãos no peito dele, afastando-se delicadamente dele e indo para o armário. Ficou na ponta de seus pés e cantando baixo uma das canções de que gostava, pegou uma garrafa de vinho e serviu-a em um par de taças. Entregou uma para ele e os dois beberam juntos, calmamente, sentindo o gosto e apreciando devagar a bebida. Ele fechou os olhos... e moveu os lábios delicadamente e então ela inclinando-se para frente novamente deu uma leve mordida em seus lábios e beijou-o com o sabor do vinho.

Os lábios se tocavam lentamente, mas era como se tivessem com sede de mais. deixaram as taças sobre a mesa e foram se levantando, caminhando em direção ao quarto dela.
Lá, sem soltar-se... sem separar os lábios foram deitando-se na cama.  Ele por cima dela e deixando diversos beijos em seu rosto, lábios, pescoço e ombros...
Ele ergueu  seu corpo delicadamente e começou a abrir os botões da camisa dela, enquanto ela o puxava para mais perto, pela gola da camiseta.
Os lábios tocavam-se novamente  e separavam-se quando a camisa dela já estava aberta. ele olhou para o corpo dela e a levantou sutilmente, abrindo o sutiã da moça, enquanto sentava-se  no local onde ela antes estava e ela sentava-se por sobre ele e deixava cada perna de cada lado do corpo dele.

Olhava novamente naqueles olhos e rapidamente juntava os lábios num beijo quente e intenso.... enquanto iam despindo-se devagar. Ela deixava que seus lábios fossem descendo junto a seu corpo e fossem depositando beijos e mordidas pelo corpo dele, passando pelo pescoço, pelo peito, pela barriga e pelo baixo ventre, onde permaneceu... tentando enlouquece-lo.
Ouvia alguns sons que ele produzia e deixava seus movimentos ainda mais delicados e quentes.... e não muito depois subiu novamente seus beijos  e nos lábios dele se perdeu, enquanto ia com calma, encaixando-se nele.
Seu corpo tremia, mesmo que fosse quase imperceptível e ele segurava-a com uma mão na cintura e a outra um pouco abaixo das costas.

Se movimentavam juntos, com delicadeza e calma, enquanto os beijos  eram apaixonados e cada vez mais quentes. Ela debruçava sobre os ombros dele e movimentava-se com mais rapidez. Foram se deitando sobre a cama e virando um pouco os corpos... sem soltar-se ou desunir-se...por nenhum segundo.

Ela estava enlouquecendo e respirando ofegantemente, enquanto ele a abraçava as costas e depositava alguns beijos aonde ele sabia que a a faria arrepiar.
Ela já não conseguia conter sons e arranhava-o  nas pernas... enquanto mexia-se em movimentos rápidos e puxava a mão dele, para entrelaçá-la nas sua., enquanto  ele apertava-a contra si.

Os dois estavam ofegantes, e enlouquecidos... moviam-se rapidamente e sentiam o êxtase chegando cada vez mais... e viravam-se um para o outro, acomodando o corpo da melhor maneira possível  e entregando-se em um beijo totalmente quente e ardente.
Moviam-se e ela começava a tremer e apertá-lo, enquanto ele ia fazendo mais alguns sons e abafava-os junto aos dela. Os movimentos foram perdendo a velocidade e por fim, os dois permaneceram colados, imóveis, por um tempo, sentindo as sensações à flor da pele.

E permaneceram assim, em silêncio por um tempo... apenas sentindo o calor um do outro. Até que ele se moveu lentamente e a deitou delicadamente em seu peito.
Ela olhava para cima, encantada com a beleza daquele olhar e acariciava o rosto dele com a ponta dos dedos e depois inclinava-se para ele, depositando um último beijo nos lábios dele, seguidos de um desejo de boa noite.
Ele sorriu e a segurou, fazendo com que ela caísse deitada sobre ele. Mergulharam-se em mais um beijo quente e depois se abraçaram por um longo tempo... enquanto ela ia na direção dos ouvidos dele... dizendo alucinada:
-"Eu te quero taaaaaaaaaaaanto......" - beijou o pescoço dele e completou:
-" Te amo taaaaaaaaaaaaaaanto... taaaaaanto ."
e antes que ele pudesse dizer algo... deu-lhe mais um beijo... demonstrando sem palavras o seu amor..

Encarou os olhos dele mais uma vez e sentiu os seus encherem-se de lágrimas.. sem entender o porque. Virou-se para o lado, mas ele a puxou, perguntando se as lágrimas eram de felicidade...
Ela permaneceu em silêncio por um tempo. Sentiu a lágrima escorrer por todo o seu rosto e respondeu:
-" Sim... meu amor. lágrimas de felicidade"

Ele segurou as mãos dela. Ela lembrou-se de quando eles apenas deliravam com um encontro... de quando ele disse que seguraria em suas mãos, para soltar apenas ao fim da eternidade.
Mais uma lágrima escorreu e ele secou-a com as mãos, enquanto ela dizia:
-" Até o fim da eternidade"

E assim, juntos, puderam adormecer... logo depois de tais palavras... e ainda assim, no mundo dos sonhos se encontraram...

estariam sempre unidos, sempre conectados.... não importa aonde estivessem....
Ela sendo somente dele... e ele somente dela...
Queriam um ao outro.... por todo o sempre.

E compartilhavam do amor mais intenso... fazendo-o crescer cada dia mais.. junto a todas as outras sensações que lhes eram entregues..
Tudo começou com os delírios... mas a cada dia  a realidade tomava conta de seus desejos... e  tornava tudo cada vez mais intenso...
os delírios também são reais... mas ainda assim, a realidade sempre parece surreal.

Ele tinha todo o amor dela e ela todo o amor dele...

Ele dava à ela seu calor... para retirar o frio que ela sentia...

Compartilhavam das sensações mais intensas e apaixonantes..

E o amor só não permanecia intacto com a distância... pois a mesma também o fazia crescer.

As lembranças estavam sempre presentes... e os sentimentos os faziam querer cada vez mais....

Eles  não precisavam de mais nada, tinham um ao outro e um caminho inteiro pela frente... para caminharem juntos e nem quando a eternidade chegasse ao fim...eles iriam soltar-se.....



~Em uma madrugada quente.... em que meus sentimentos e pensamentos estão somente em ti, e em que escrevo mais um pouco daqueles sentimentos que ficam presos em mim~

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Fragmentos: Maldita Ignorância Humana - 01/10/11 e 05/10/11


E mesmo estando cada vez mais só, eu tenho certo orgulho da existência que me ronda. Não dá minha existência, pois a mesma, vem de causas muito menos obvias do que simplesmente sexo.Quando digo que me orgulho da existência que tenho ao meu redor, digo que eu  deixei de querer adaptação.Tenho orgulho da existência dos meus pensamentos...
Poderia citar Descartes, ou até mesmo Nietzsche...
"Penso, logo existo. " ou seria "Existo, logo penso"

Os dilemas realmente me encantam. E ao relutar com o dilema de aprofundar-me e deixar-me afundar dentro dos meus sonhos, eu me pergunto em qual das hipóteses pensadas eu me deixaria  ficar submersa.

A porra, da verdade é que eu vivo submersa em várias dessas hipóteses. Como se não existisse para mim as mesmas verdades que estão postas aos "outros". O som que entra ao meu ouvido, não ocupa as mesmas lembranças que o som que entra em outros ouvidos. O meu coração não bate na mesma velocidade que os outros corações. O sentimentos que outros sentiram, eu sou incapaz de ditar uma reciprocidade, pois eu não sei se ao menos a intensidade foi a mesma. E sendo assim, qual a causa de pedirem tanto por igualdade sem nem ao menos podem aceitá-la?

Não aceita-se a igualdade e nem mesmo a diferença. Não aceita-se o amor e nem o ódio. Não aceita-se a mentira e nem a verdade.Não aceita-se a opinião e nem o silêncio. Não aceita-se a companhia e nem a solidão.  Não aceita-se nada que não tenha saído de dentro de si próprio.
Meus pensamentos formam o que eu sou. E eles são a única coisa que não podem tirar de mim, não podem modificar. E mesmo que julguem como arrogância, meu único desejo que luta todos os dias para não ser vencido e em que eu coloco toda a minha força, é o desejo de me manter sendo, agindo e pensando da minha maneira. Mesmo que o julguem como errado, eu não quero ser como os "outros", não quero que animem-se ou que desanimem-se com a minha verdade. E  não quero nem que a aceitem.

Meus pensamentos me pertencem, meus atos me pertencem, meus medos me pertencem.... Tudo o que eu sou e vou sendo, me pertence e por todos os dias apenas me pertencerão. Sendo assim, ninguém deve desejar mudar-me. Terão mais sucesso se apenas seguirem seus caminhos em paz.

Acreditam na verdade que não podem ver. E sentem aquilo que não podem descrever. A ilusão desposta frente as olhos, parece mais agradável do que a verdade visível.

Acredita-se naquilo que sai de si.E diz-se não existir o certo e nem o errado, mas ainda assim, reluta à verdade oposta a sua ignorando o fato de estar salientando o "erro" do outro.
Não trata-se de erros, ou de acertos. Trata-se de viver em um mundo em que isola-se da própria existencia, achando que a está fixando.
A partir do momento que você deixa-se mudar, está anulando a própria existência para um bom convívio.
Sim, meu caro... tudo tem seu preço. Mas se o preço for anular-me, prefiro permanecer assim.

Vendem-se assim por tão pouco? Entregam o próprio individualismo por uma boa convivência com aqueles que em seus pensamentos vivem recebendo críticas...?

Teu preço é uma tolice.... teu destino é tornar-se apenas mais um robô, mais um igual.
E de que isso importa?  Qual a importância daquele que vive como os outros...?

Eu enxergo os defeitos como mais valiosos que as qualidades. Eles te formam, eles te diferenciam, eles te separam dos outros. E mesmo que crie dificuldades. Isso é resultante apenas da incapacidade humana de aceitar as diferenças.
Não é necessário ser igual para ser compreendido. Não é necessario pensar igual para ser aceito. Não é necessário viver igual para ter um bom convívio.
As opiniões podem ser contrapostas e ainda assim levaram a um senso.

Eu já cansei de escrever sobre os "outros" mas como é um pensamento meu, eu posso quebrar a promessa de não o fazer mais. Me incomoda, me enoja, me irrita... e enquanto permanecer me irritando, permanecerei me opondo.

Eu sou assim, sempre fui assim... e encare-o como queira, pois eu me recuso  a ser como aquilo que eu critico, me recuso a anular meu individualismo, me recuso a fazer o que não me é aceitável, para ser aceita.
E eu não me importo com a convivência social. Quanto mais o tempo passa, a solidão me parece cada vez mais atraente.

Sou chamada de misantrópica, ignorante, estúpida, arrogante, hostil, grosseira, fria, displicente.... etc
E pouco me importa os adjetivos que me são dados. Pedem a minha complacência... mas pouco me importam seus desejos.

Aqueles que tem pensamentos no mínimo parecidos com os meus e também estão andando ao meu lado. Compartilhando das conversas mais lúdicas e inteligentes que eu já pude ter.
Muito melhor do que as futilidades que eu respondo por educação(mesmo que a educação não seja aparente)

Os poucos com os quais tenho afinidade e afeto, são aqueles que enxergam e escutam, mas sabem calar. E são aqueles que dizem o que acham necessário. Expulsam as palavras mais grosseiras aos inúteis e assim como eu, pouco se importam com a aceitação da qual são excluídos.
Vivemos a nossa verdade e mesmo quando criticamos as outras, não tentamos mudá-las, por mais abomináveis e frívolas que sejam.

Eu não quero ser a correta. Pois eu odeio quem faz tudo correto sempre. Eu faço o que está ao meu alcance, para atender as minhas vontades, segundo aquilo que eu desejo... e não aquilo que desejam pra mim.
E a infimidade de tais desejos me é testada pela mesmo vontade que eu deixo de atender.

Quantas vezes eu calei e senti aquele aperto na minha garganta e as lágrimas formarem-se em meus olhos, de tanta vontade que as palavras tinham de escapar dos lábios. Mas permaneci calada. Poucos são aqueles que precisam saber das coisas.
E eu não sou de dizer o que está certo, ou o que está errado. Não está nos meus planos... já que eu nem ao menos os tenho.
Eu vivo a partir daquilo que me atrai, me agrada, me encanta. E eu reluto à aquilo que me irrita, me incomoda, me dá asco.

A sociedade é uma merda. Pisam nos próprios erros e/ou escondem-os debaixo do tapete. Mas se um resquício do erro alheio escapar, não perdem a chance de puxar o tapete dos outros e deixar os erros salientes, apenas para confortar os próprios desejos... e mostrar que os outros erram. Como se tudo o que fizessem fosse sempre certo.

Eu permanecerei só... cada vez mais só, porque eu já não quero mais as companhias como queria antes... e sei que com o tempo isso somente irá aumentar. Eu não quero piedade de ninguém, pelos problemas que carrego... e cada dia que passar eu desejarei ainda mais me afastar das pessoas....

Só me resta uma frase para a conclusão de tudo isso:
MALDITA IGNORÂNCIA HUMANA

 E nada mais a declarar.....